Lista de pontos
Diga ao teu Anjo da Guarda — eu digo ao meu — que ele não queira olhar para os nossos erros, pois estamos doloridos, contritos. Que ele leve ao Senhor esta boa vontade que nasce em nossos corações como um lírio que floresceu no monturo.
Não admitais o desânimo por causa das vossas misérias pessoais ou pelas minhas, por causa das nossas derrotas. Abri o coração, sede simples: continuemos trilhando o caminho, com mais carinho, com a força que Deus nos dá, porque Ele é a nossa fortaleza61.
Se amamos a nós mesmos de forma desordenada, há motivo para tristeza: quanto fracasso, quanta pequenez! A posse dessa nossa miséria deve causar tristeza, desânimo. Mas, se amamos a Deus sobre todas as coisas e amamos os outros e a nós mesmos em Deus e por Deus, quantos motivos de alegria! É próprio da humildade que o homem, considerando seus próprios defeitos, não se envaideça. Porém não pertence à humildade, mas sim à ingratidão, o desprezo dos bens que recebeu de Deus. E desse desprezo provêm a preguiça e frouxidão62, a falta de gosto pelas coisas espirituais, a tibieza, que é o sepulcro da vida interior.
Quando vos sentirdes desanimados ao experimentar — talvez de modo particularmente vivo — a vossa própria miséria, será o momento de vos abandonardes por completo, com docilidade, nas mãos de Deus. Dizem que um dia um mendigo foi ao encontro de Alexandre Magno para pedir uma esmola. Alexandre parou e ordenou que o tornassem senhor de cinco cidades. O pobre homem, confuso e atordoado, exclamou: eu não pedia tanto! E Alexandre respondeu: tu pediste como quem és; eu te dou como quem eu sou.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/book-subject/cartas-1/28361/ (20/11/2025)