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Há 1 ponto em "Cartas (I)", cuja matéria seja Esperança.

Meus filhos, para a frente com alegria, com esforço: nada no mundo nos deterá, desde que sirvamos ao Senhor, porque tudo é bom para os que amam a Deus: diligentibus Deum, omnia cooperantur in bonum126. Na vida tudo tem conserto, menos a morte, e para nós a morte é a vida. Nada tem importância se houver sinceridade, sentido sobrenatural e bom humor: nada está perdido nunca. Barrabás era um homicida e revoltoso, e a Morte de Cristo — vida por Vida — o salva da morte. Dimas era um ladrão, um delinquente: e uma palavra humilde de arrependimento, uma oração simples e confiante, e Jesus — vida por Vida — o salva da morte eterna. Retifica, pois nunca é tarde para retificar; mas retifica imediatamente, meu filho!

Pessoas muito diferentes vêm e virão ao Opus Dei: pessoas de todos os tipos. Algumas chamadas também por volta da undécima hora127, como aqueles trabalhadores da vinha. Dar-me-á grande alegria ver chegar à Obra, chamado por Deus, um homem no fim da sua vida: talvez uma alma que passou anos e anos afastada de Jesus Cristo. Sempre há lugar para um operário de última hora; e — se for fiel — receberá o prêmio da glória, talvez com apenas alguns minutos de amor, atado voluntariamente à cruz de mãos e pés: pois a santidade não está em fazer muito, mas em amar muito. Um grande Amor nos espera no Céu: sem traições, sem enganos: todo o amor, toda a beleza, toda a grandeza, toda a ciência... E sem enjoar: saciar-nos-á sem saciar.

Sempre houve hereges — já existiam durante a vida dos Apóstolos — que tentaram tirar de nós essa esperança. Se pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de vós estão dizendo que não há ressurreição dos mortos? Porque, se não há ressurreição dos mortos, Cristo também não ressuscitou. Mas, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e também é vã a nossa fé. Se nós só tivermos esperança em Cristo enquanto durar nossa vida, seremos os mais infelizes de todos os homens128.

Suportemos todas as dificuldades desta nossa navegação no meio dos mares do mundo com a esperança do Céu: para nós e para todas as almas que queiram amar, a aspiração é chegar a Deus: à glória do Céu. Se não, nada de nada vale a pena. Para ir para o Céu, devemos ser fiéis. E, para sermos fiéis, devemos lutar, seguir em frente em nosso caminho, mesmo quando caiamos de bruços alguma vez: com Ele nos levantaremos.