60
Lógica humana e lógica divina
Quem é capaz de precisar como se toma a decisão inicial de entrega, quando nasce essa primeira ingenuidade e – repito – essa falta de lógica? Uma entrega – eu tenho a minha experiência, e cada um de vós tem a sua – que é necessário renovar a cada instante, cada dia e, em algumas ocasiões, muitas vezes por dia, talvez perdida já a candura dos primeiros momentos. Por nos termos aproximado de Cristo e termos sentido bater com força, com muita força, o seu coração, e termos chegado a saborear as suas delícias, que são «estar Ele com os filhos dos homens»3 – por tudo isso, sabemos o que vale o amor de Deus.
Sim, é preciso renovar a entrega; é preciso voltar a pronunciar: Senhor, amo-Te, e dizê-lo com toda a alma. Ainda que a parte sensível não nos acompanhe, dir-Lho- -emos com o calor da graça e com a nossa vontade: Meu Jesus, Rei do universo, nós amamos-Te.
Quero insistir na falta de lógica humana a que assistimos ao longo destes quarenta e dois anos da nossa história. Encontrámos, meus filhos, o Herodes que quis matar esta grande realidade divina – não é uma ilusão – da nossa vida, uma realidade que nos fez mudar totalmente. A Obra também encontrou Herodes, mais de uma vez, no seu caminho. Mas tranquilos, tranquilos! Não deixámos tantas coisas – os magos fizeram o mesmo, abandonando o seu lugar de residência, onde teriam provavelmente poder e seriam considerados pessoas de muita categoria –, não deixámos os nossos interesses pessoais a troco de uma bagatela. Agora, sabemos muito claramente que o motivo divino que nos inquietou e nos arrancou da nossa indolência é um motivo que vale a pena. Vale a pena! Convém-nos ser fiéis; convém-nos ter tanto amor que na nossa vida não haja lugar para o temor.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/en-dialogo-con-el-se%C3%B1or/60/ (15/11/2025)