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A missão apostólica de todos os católicos
A Igreja santifica-nos, depois de entrarmos no seu seio pelo Baptismo. Recém-nascidos para a vida natural, podemos logo acolher-nos à graça santificante. Afé duma pessoa, mais ainda, a fé de toda a Igreja, beneficia a criança pela acção do Espírito Santo, que dá unidade à Igreja e comunica os bens duns para os outros . É uma maravilha esta maternidade sobrenatural da Igreja, que o Espirito Santo lhe confere. A regeneração espiritual, que se opera pelo Baptismo, é de alguma maneira semelhante ao nascimento corporal. Assim como as crianças que se encontram no seio da mãe não se alimentam por si mesmas, porque se nutrem do sustento da mãe, também os pequeninos que não têm uso da razão, se encontram como crianças no seio da sua Mãe, a Igreja, pois recebem a salvação pela acção da Igreja, e não por si mesmos.
Manifesta-se assim em toda a sua grandeza o poder sacerdotal da Igreja, que procede directamente de Cristo. Cristo é a fonte de todo o sacerdócio, visto que o sacerdote da Lei Antiga era como a sua figura. Mas o sacerdote da Nova Lei age na pessoa de Cristo, segundo o que se diz em 2 Cor. II, 10: pois eu também o que perdoo, se alguma coisa perdoo, por amor de vós o perdoo na pessoa de Cristo.
A mediação salvadora entre Deus e os homens perpetua-se na Igreja através do Sacramento da Ordem, que capacita - pelo carácter e pela graça consequentes - para agir como ministros de Jesus Cristo em favor de todas as almas. Que um possa realizar um acto que outro não pode, não provém da diversidade na bondade ou na malícia, mas da potestade adquirida, que um possui e outro não. Por isso, como o leigo não recebe a potestade de consagrar, não pode fazer a consagração, seja qual for a sua bondade pessoal.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/amar-a-la-iglesia/14/ (10/10/2024)