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O Senhor quis para nós esse espírito, que é o dEle. Não vedes seu contínuo afã de estar com a multidão? Não vos apaixona contemplar como não rejeita ninguém? Ele tem uma palavra para todos, para todos abre seus lábios dulcíssimos; e os ensina, doutrina-os, traz-lhes notícias de alegria e esperança, com este fato maravilhoso e único de um Deus que convive com os homens.
Às vezes, fala-lhes estando na barca, enquanto eles estão sentados na margem; outras, no monte, para que toda a multidão ouça bem; outras vezes, em meio ao barulho de um banquete, na quietude do lar, passeando pelos campos, sentados sob as oliveiras. Dirige-se a cada um da maneira que cada um possa entender: e dá exemplos de redes e peixes, para o povo do mar; de sementes e vinhas, para os que lavram a terra; à dona de casa falará da dracma perdida; à samaritana, aproveitando-se da ocasião da água que a mulher vai buscar ao poço de Jacó. Jesus acolhe todos, aceita os convites que lhe fazem, e — quando não o convidam — às vezes é Ele mesmo quem se convida: Zachaee, festinans descend, quia hodie in domo tua oportet me manere4; Zaqueu, desce depressa, porque convém que hoje eu me hospede em tua casa. Cristo quer que todos os homens se salvem5, que não se perca ninguém; e se apressa em dar sua vida por todos, numa efusão de amor, que é holocausto perfeito. Jesus não quer convencer pela força e, estando com os homens, entre os homens, move-os suavemente a segui-lo, em busca da verdadeira paz e da autêntica alegria.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/181/ (15/11/2025)