5
Nesta atmosfera e neste ambiente, devemos dar um exemplo ao mesmo tempo humilde e audaz, perseverante e autenticado com o trabalho de uma vida cristã íntegra, laboriosa, cheia de compreensão e de amor por todas as almas.
Exit qui seminat seminare semen suum10, saiu o semeador para lançar a semente, e é isso o que fazemos: semear, dar boa doutrina, participar de todas as tarefas e preocupações honradas da terra, para com elas dar o bom exemplo dos seguidores de Cristo.
Ele, minhas filhas e filhos, coepit facere et docere11, primeiro fez e depois ensinou, e assim quero que sejais: santos de verdade, no meio da rua, na universidade, na oficina, no lar, com uma chamada particularíssima do Senhor, que não é de meias medidas, mas de entrega total.
Esta entrega, que deve ser ao mesmo tempo humilde e silenciosa, facilitará o conhecimento da grandeza, da ciência, da perfeição de Deus, e também vos fará conhecer a pequenez, a ignorância, a miséria que nós, os homens, temos. Aprendereis assim a compreender as fraquezas alheias vendo as próprias; a desculpar amando, a querer relacionar-vos com todos, porque não pode haver criatura que seja estranha para nós.
Meus filhos, o zelo pelas almas deve levar-nos a não nos sentirmos inimigos de ninguém, a ter um coração grande, universal, católico; a voar como as águias, nas asas do amor de Deus, sem nos fecharmos no galinheiro das querelas ou das facções mesquinhas, que tantas vezes esterilizam a ação dos que querem trabalhar por Cristo.
Numa palavra, devemos ter um zelo que nos leve a perceber que in Christo enim Iesu neque circuncisio aliquid valet neque praeputium, sed nova creatura12, que — perante a possibilidade de fazer o bem — o que realmente conta são as almas.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/184/ (16/11/2025)