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Dentro da ordem da caridade — insisto —, trataremos com muito carinho aqueles que, por ignorância, por soberba ou incompreensão alheia, aproximam-se do erro ou nele caíram. Se as pessoas erram, minhas filhas e filhos, nem sempre é por má vontade: há ocasiões em que erram porque não têm meios de descobrir a verdade por si mesmas; ou porque acham mais cômodo — e devemos desculpá-los — repetir tolamente o que acabaram de ouvir ou ler, fazendo eco de falsidades.
É preciso saber os motivos que possam ter. Não agrada a Deus julgar sem ouvir o réu, às vezes nas sombras do segredo e, muitas vezes — dada a triste fragilidade humana —, com testemunhas e acusadores que usam seu anonimato para caluniar ou difamar.
Eu faltaria com a verdade, filhos, se dissesse que este conselho que vos dou vem só da experiência alheia: eu o vivi na minha carne, mas — pela graça de Deus — também posso dizer que, desde então, amo mais a Igreja, justamente porque há eclesiásticos que condenam sem ouvir.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/199/ (15/11/2025)