5
Como primeiro fruto espiritual do labor que se faz com os rapazes, consegue-se que tenham, geralmente já no início, uma conveniente frequência de sacramentos. E, com o bom aproveitamento dos meios da obra de São Rafael, recebem uma sólida formação doutrinal, aprendem a ser almas de oração, a viver na presença de Deus no meio dos afazeres cotidianos de cada dia, a dar sentido cristão ao seu trabalho – intelectual ou manual – e a ter espírito de sacrifício.
Numa palavra, aprendem a ter uma vida de piedade rija e profunda, a amar de modo singular a Trindade Beatíssima, a Santíssima Virgem, a Santa Igreja, o Papa, a Obra; e a manifestar – com a sua conduta – que procuram a unidade de vida, lutando para que suas obras concordem com a sua fé, servindo-se do seu trabalho como meio e ocasião de apostolado.
Quando virmos nos jovens um falso espírito de suficiência e o afã de não respeitar os pais e mestres – os velhos, dizem –, compreenderemos e amaremos mais esta tarefa de São Rafael, considerando as palavras de São João Crisóstomo: à infância e à meninice sucede a juventude, mar onde assopram os ventos impetuosos, como no Egeu, quando cresce a concupiscência.
É a idade em que cabe menos a correção, não só porque as paixões são mais violentas, mas porque os pecados são menos repreendidos, pois desapareceram mestres e pedagogos. Quando os ventos são mais impetuosos, o piloto é mais fraco e não há ninguém que ajude, considerai como será grande o naufrágio4.
São João Crisóstomo, In Matthaeum homiliae 81, 5 (PG 58, col. 737).
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/114/ (19/11/2025)