60
É de justiça – já vo-lo disse – que os rapazes sintam a responsabilidade de ajudar economicamente, na medida das suas possibilidades, para a manutenção da casa que frequentam, que é o instrumento que permite fazer esse trabalho formativo do qual eles são os primeiros beneficiados e que constitui para nós um esforço notável.
E é pedagógico, muitas vezes, fazer que justamente os rapazes mais díscolos e rebeldes se ocupem de conseguir essa ajuda econômica ou de outros encargos concretos: essas pequenas obrigações costumam provocar-lhes senso de disciplina, e eles respondem mudando seu caráter com uma melhora notável, demonstrando que merecem a confiança que se lhes dá.
Somos pobres e o seremos sempre, filhas e filhos queridíssimos. Disse-vos outras vezes que as nossas casas dedicadas a trabalhar com jovens nascem com um defeito original, que consiste na carência de meios econômicos, junto com a necessidade de que haja um oratório digno, de uma Administração disposta de maneira que possa funcionar e do uso de locais para um labor que não é economicamente rentável: a obra de São Rafael.
Por isso precisamos de ajuda, porque sozinhos não conseguimos. E os rapazes respondem, contribuindo nas coletas tradicionais que se fazem entre eles; ou depositando discretamente uma esmola, fruto do seu espírito de sacrifício; e de outros mil modos diferentes.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/169/ (17/11/2025)