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Deixei para o final, intencionalmente, falar das dificuldades – além das econômicas – que não vos faltarão nessa tarefa maravilhosa. Até os bons vão se opor ao vosso trabalho: discipuli autem increpabant eos47; quando as crianças se aproximavam de Cristo Jesus, os discípulos faziam o possível para que não o fizessem; o Senhor teve de impor-se, dizendo: sinite parvulos et nolite eos prohibere ad me venire48, deixai que venham.
Alguns vão pôr sobre vós desde o princípio uma etiqueta, a que lhes ocorrer: assim aprendereis vós a não pôr uma etiqueta a ninguém. As etiquetas trocam-se porque, com a passagem do tempo, o que parecia que não tem valor acaba sendo um tesouro. E talvez vos aconteça – em mais de uma ocasião – o mesmo que me aconteceu a mim, quando somente tinha juventude e bom humor: rezava e, não sinto vergonha, chorava.
Mas as contradições, suportadas por amor de Deus, trazem sempre fecundidade: quando orabas cum lacrimis... ego obtuli orationem tuam Domino49; quando oravas com lágrimas, eu – diz o Arcanjo a Tobias – apresentava ao Senhor a tua oração. Então é mais real o sentido sobrenatural da nossa entrega, porque se experimenta – na carne e na alma – aquela oblação das nossas vidas que fizemos ao Senhor e que chega até Ele in odorem suavitatis50.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/175/ (19/11/2025)