67
Dificuldades! Sempre haverá, de um tipo ou de outro, mas sempre se superam; são coisas de ordinária administração, que vencereis com o vosso sacrifício, com a vossa oração e com a vossa alegria. Além disso, não esqueçais que contamos com a graça de Deus, com o tempo, com a nossa caridade e com o nosso trabalho. As coisas mudam, o ambiente amadurece; e os que criticavam e faziam oposição elogiam e ajudam.
Não deveis sofrer se vos chamarem de qualquer jeito: têm razão! Disse o Senhor por São Mateus: unus est bonus: Deus51; só Deus é bom. Por vezes, filhos da minha alma, devereis lembrar aquele exiit qui seminat seminare semen suum52 – saiu o semeador para semear – e considerar que esse esbanjamento generoso de lançar de mãos cheias o ouro puro do trigo nas entranhas da terra traz como consequência preocupações não pequenas: a chuva e a seca, o sol ou a névoa, o frio e o calor, tudo pode ser prejudicial.
Não faltam outras ocasiões de sofrer que procedem não de fora, mas de dentro. São equívocos – bolas fora, dizem eles – de uma daquelas criaturas que frequentam as nossas casas, e pode acontecer que o Diretor ou a Diretora não tenham na mão o ambiente: talvez porque têm um preparo severo e lhes falta experiência; ou porque o seu é um trabalho cheio de fadiga, de esforço, de paciência, de sacrifício, de renúncia e – devo acrescentar – de profunda humildade. Deveis estar dispostos a não vos mostrar irados por essas coisas, a passar por cima delas com um sorriso.
Já vo-lo disse antes: dai a esses rapazes ocupações com responsabilidade, rezai por eles, tratai-os com afeto e com compreensão – com a caridade de Cristo – e vereis como mudam: aqueles que eram obstáculo se tornam, nas vossas mãos, como o barro nas mãos do oleiro, sicut lutum in manu figuli53, instrumentos fidelíssimos.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/176/ (18/11/2025)