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Para os que não andam pelo caminho da verdade, os que querem dizê-la são incômodos, da mesma maneira como o santo e o mártir são incômodos para o tíbio e acicate para o fervoroso. A Igreja precisa, no entanto, do amor dos seus filhos, sempre dispostos a manifestar – com desprendimento efetivo da sua pessoa e com o olhar posto em objetivos sobrenaturais – tudo o que com certeza, na presença de Deus, vejam que hão de manifestar.
É preciso fazê-lo com a convicção de que somente assim se ajuda realmente quem dirige, quem serve levando as rédeas; é preciso fazê-lo também sabendo que o Bom Pastor não pode ter medo de conhecer a sarna de alguma ovelha, embora lhe acarretem mais trabalhos e complicações, que sempre serão santos.
E quando não se possa falar – porque não é oportuno, ou porque se recebeu um conselho nesse sentido por quem tem autoridade para o dar –, havereis de saber calar, oferecendo a Deus a dor e o sofrimento que se prova: com fé na providência, chegareis assim, mais uma vez, à convicção de que servir é trabalhar com o olhar sempre posto no céu.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/221/ (19/11/2025)