63

Nesse serviço que é a vossa vida, não vos faltará a graça do Senhor – foi Ele quem vos chamou – e contareis com a intercessão dos Santos Arcanjos e dos Santos Apóstolos, aos quais invocamos como Padroeiros, e também com a ajuda constante dos Anjos da Guarda.

Será o vosso um serviço abnegado e submisso, com obras: um fiat generoso e sempre atual, em união com a Santíssima Virgem, Mãe de Jesus Cristo e Mãe nossa, que desde a Anunciação até o Calvário nos acompanha com o seu exemplo.

Se nesta batalha de Deus vos encontrais débeis, infirmus dicat: quis fortis ego sum47, dizei, no meio da vossa fraqueza: com a graça do meu Senhor, sou forte. E eu, com São Paulo, acrescento: gratia vobis et pax!48, a graça e a paz estejam convosco!

E também: não cessamos de dar graças a Deus por todos vós e de lembrar-vos em nossas orações. Com efeito, diante de Deus, nosso Pai, pensamos continuamente nas obras da vossa fé, nos sacrifícios da vossa caridade e na firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo49.

Que Ele vos guarde. Abençoa-vos o vosso Padre.

Madri, 31 de maio de 1943

ÍNDICE DE TEXTOS DAS SAGRADAS ESCRITURAS

(com referência aos números marginais)

Antigo Testamento

Gênesis (Gn)

Gn 1, 31.........6, 2

Gn 2,1 ...........6, 2

Gn 2, 15.........6, 13

Gn 4, 2...........8, 60

Gn 37.............8, 60

Levítico (Lv)

Lv 6, 12..........6, 10

1 Reis (1 Rs)

1 Rs 3, 9.........6, 15

Deuteronômio (Dt)

Dt 31, 19.........7, 48

Esdras (Esd)

Esd 5, 11.........8, 1

Tobias (Tb)

Tb 12, 12...........7, 66

Tb 12, 6-7..........6, 58

Tb 14, 10..........8, 1

Ester (Est)

Est 14, 13..........6, 69

Salmos (Sl)

Sl 2, 8...........6, 8

Sl 4, 5...........6, 67

Sl 19 (18), 6-7...........6, 29

Sl 25 (24), 3...........6, 33

Sl 25 (24), 5...........5, 10

Sl 77 (76), 15...........6, 29

Sl 88 (87), 2-3...........6, 46

Sl 88 (87), 16...........7, 30

Sl 96 (95), 1...........6, 34

Sl 100 (99), 2...........8, 12

Sl 103 (102), 5...........6, 34

Sl 104 (103), 10...........6, 46

Sl 118 (117), 8...........6, 72

Provérbios (Pr)

Pr 2, 8...........7, 37

Pr 11, 11...........5, 3

Pr 14, 34...........5, 3

Pr 18, 19...........6, 6

Cântico dos Cânticos

C 7, 13 ...........6, 30

Sabedoria (Sb)

Sb 7, 13...........5, 4

Sb 9, 21...........7, 68

Eclesiástico (Eclo)

Eclo 4, 8...........7, 41

Eclo 6, 15...........6, 70

Eclo 6, 17...........6, 70

Eclo 37, 17.19...........7, 38

Isaías (Is)

Is 43, 1...........6, 28; 8, 62

Is 65,23...........7, 68

Jeremias (Jr)

Jr 10, 10...........6, 1

Jr 18, 6...........7, 67

Ezequiel

Ez 1, 14...........6, 30

Ez 47, 8-10...........7, 15

Joel (Jl)

Jl 3, 10...........8, 63

Novo Testamento

Mateus (Mt)

Mt 3, 7...........8, 17

Mt 5, 14-16...........5, 31

Mt 5, 14.16...........6, 9

Mt 5, 19...........5, 16

Mt 5, 48...........6, 14

Mt 6, 18...........6, 28

Mt 11, 12...........6, 10

Mt 11, 25...........6, 48

Mt 11, 28...........6, 10

Mt 12, 35...........6, 63

Mt 13, 52...........6, 30

Mt 16, 24...........6, 21

Mt 19, 11...........7, 10

Mt 19, 13...........7, 66

Mt 19, 14...........7, 66

Mt 19, 17...........7, 67

Mt 19, 21...........7, 12

Mt 20, 28...........8, 2

Mt 20, 7........... 6, 72; 7, 68

Mt 24, 28...........7, 65

Mt 25, 34-40...........7, 42

Mt 28, 19...........5, 3

Marcos (Mc)

Mc 15, 43...........8, 52

Lucas (Lc)

Lc 8, 5...........7, 67

Lc 12, 31...........5, 30

Lc 12, 42-46...........8, 24

Lc 12, 49...........6, 3

Lc 14, 23...........7, 9

Lc 19, 46...........8, 26

Lc 24, 29...........6, 10

João (Jo)

Jo 1, 4...........6, 3

Jo 1,4-5.9-12........... 5, 5

Jo 1, 5...........6, 3

Jo 1, 14........... 6, 3; 6, 66

Jo 1, 19...........8, 17

Jo 1, 24...........8, 17

Jo 1, 36...........7, 13

Jo 1, 37...........7, 13

Jo 1, 38...........7, 13

Jo 1, 39...........7, 13

Jo 3, 1-3...........6, 55

Jo 3, 8...........6, 32

Jo 3, 16...........6, 7; 8, 32

Jo 6, 35...........6, 72

Jo 7, 5...........6,19

Jo 7, 13...........8, 16

Jo 7, 38...........6, 48

Jo 8, 12...........5, 13

Jo 8, 31-32...........5, 15

Jo 8, 32...........8, 29

Jo 8, 50...........5, 18

Jo 12, 32...........6, 12

Jo 12, 8...........7, 44

Jo 13, 34...........6, 6

Jo 14, 6...........6, 1; 6, 21

Jo 15, 2...........8, 29

Jo 15, 14...........8, 15

Jo 16, 30...........6, 20

Jo 17, 11.15-15-16...........6, 11

Jo 17, 17...........8, 61

Jo 17, 21-23...........8, 31

Jo 17, 22...........6, 11

Jo 17, 23...........6, 27; 6, 6

Atos dos Apóstolos (At)

At, 1, 1...........6, 51

At 2, 4-6...........6, 48

At 10, 34...........8, 24

At 18, 25...........5, 17

At 19, 2...........6, 47

At 20, 28...........8, 3; 8, 55

Romanos (Rm)

Rm 1, 14...........7, 68

Rm 3, 4...........6, 1

Rm 5, 5...........6, 6

Rm 6, 4-5...........6, 2

Rm 6, 22...........6, 10

Rm 8, 14-17...........6, 8

Rm 8, 28...........8, 54

1 Coríntios (1 Cor)

1 Cor 3, 22-23...........6, 8

1 Cor 4, 1...........8, 3

1 Cor 4, 7...........6, 4

1 Cor 4, 20...........8, 4

1 Cor 5, 6...........6, 23

1 Cor 7, 29...........8, 53

1 Cor 7, 7........... 6, 21; 8, 8

1 Cor 9, 12...........8, 27

1 Cor 9, 14...........8, 27

1 Cor 9, 16...........5, 20

1 Cor 10, 17...........6, 63

1 Cor 12, 11...........8, 30

1 Cor 12, 13...........6, 62

1 Cor 12, 4-11...........8, 5

1 Cor 13, 4...........7, 6

1 Cor 15, 27-28...........8, 61

1 Cor 15, 58...........7, 11

2 Coríntios (2 Cor)

2 Cor 1, 12...........6, 60

2 Cor 2, 15...........6, 15; 7, 14

2 Cor 4, 1-6...........6, 77

2 Cor 5, 14...........6, 7

2 Cor 7, 4...........6, 78

2 Cor 11, 28...........8, 4

2 Cor 12, 9...........6, 20

Gálatas (Gl)

Gl 3, 26...........7, 68

Gl 3, 28...........6, 64

Gl 4, 5...........6, 2

Gl 4, 19...........6, 1

Gl 4, 31...........6, 16

Efésios (Ef)

Ef 1, 9-10...........6, 2

Ef 1, 10...........5, 2; 8, 61

Ef 2, 19...........6, 18

Ef 3, 8...........7, 31

Ef 3, 14...........7, 31

Ef 3, 16-18...........7, 32

Ef 3, 17-18...........6, 4

Ef 3, 19...........7, 32

Ef 4, 11-13...........8, 6

Ef 4, 14-15...........5, 21

Ef 4, 15...........6, 67

Ef 4, 26...........6, 67

Ef 5,1...........6, 2

Ef 5, 2...........7, 66

Ef 5, 8...........6, 20

Filipenses (Fl)

Fl 1, 8...........6, 40; 8, 58

Fl 2, 5-7...........8, 2

Fl 4, 13...........7, 21

Colossenses (Cl)

Cl 1, 20...........6, 2

Cl 3, 23-24...........6, 16

Cl 3, 24...........8, 41

1 Tessalonicenses (1 Ts)

1 Ts 1, 2...........8, 63

1 Ts 1, 2-3...........8, 63

1 Ts 4, 3...........6, 25

1 Ts 5, 5...........6, 78

1 Timóteo (1 Tm)

1 Tm 4, 11-13...........7, 69

2 Timóteo (2 Tm)

2 Tm 2, 6-7...........5, 26

Tito (Tt)

Tt 3, 14...........5, 28

Tiago (Tg)

Tg 1, 8...........6, 71

Tg 1, 16-17...........6, 29

Tg 5, 16...........6, 78

1 Pedro (1 Pe)

1 Pe 2, 16...........5, 28

1 Pe 3, 14 ...........8, 16

2 Pedro (2 Pe)

2 Pe 1, 10...........6, 51

1 João (1 Jo)

1 Jo 1, 3-4...........6, 3

1 Jo, 1, 8...........6, 4

1 Jo 2, 1-2...........6, 4

1 Jo 2, 6...........6, 5

1 Jo 2, 7-11...........6, 6

1 Jo 2, 14...........7, 55

1 Jo 3, 1...........6, 3

1 Jo 3, 2...........6, 2

1 Jo 3, 10-12...........8, 60

1 Jo 3, 18...........6, 7

1 Jo 4, 8...........6, 3

1 Jo 4, 20...........6, 7

3 João (3 Jo)

3 Jo 4...........8, 61

3 Jo 8...........5, 25

3 Jo 9-10...........8, 28

Apocalipse (Ap)

Ap 3, 20...........6, 10

Ap 22, 12...........6, 10

ÍNDICE TEMÁTICO

(com referência aos números marginais)

AMIZADE: 6, 70-71; 7, 18.

AMOR: a Deus e aos demais (6, 6-7).

APOSTOLADO: no mundo (5, 2-3; 6, 8); difundir a luz de Deus (5, 5; 6, 3-4; 6, 9); de amizade e confidência (5, 9; 6, 55; 6, 72; 7, 19-20); por meio de labores pessoais e do trabalho profissional (5, 13); ensinar a doutrina cristã (6, 47-49); valor do exemplo (6, 51-54); dedicação a todos (7, 10-11).

CARTAS: suas características (7, 25).

CONTEMPLAÇÃO: no meio do mundo (6, 15-16).

CONTRADIÇÕES: 6, 17-20; 6, 43-46; 8, 10-11; 8, 12-17; 8, 29.

ENSINO: importância e urgência deste labor (5, 3; 5, 31); formar bons professores (5, 4); com sentido cristão (5, 5-6); tarefa laical e secular (5, 7-9); formação dos alunos (5 ,21); contar com os pais (5, 22); atividades muito variadas (7, 65).

ESPÍRITO DO OPUS DEI: sua simplicidade (6, 1; 6, 60); caminho de amor (6, 6); velho e novo como o Evangelho (6, 31).

ESPÍRITO DE SERVIÇO: 5, 16; características do serviço a Deus e aos demais (8, 1-4); ensinar a servir no apostolado (8, 8-9); por amor a Deus (8, 11).

ESPÌRITO SANTO: dom da palavra para instruir (7, 29).

FILIAÇÃO DIVINA: 6, 2-3; 6, 8.

HUMILDADE: e confiança em Deus (6, 4).

IGREJA: sua missão salvífica (5, 1); sua missão de ensinar (5, 2); características da vocação religiosa (6, 22; 6, 39-40); o Espírito Santo a mantém sempre jovem (6, 30); fidelidade ao depósito da fé e transigência com as pessoas (6, 67-69); todos estão chamados a servir (8, 4-7); anticlericalismo bom e mau (8, 20-23; 8, 26-28); características do bom governo (8, 24-25); amor à unidade e variedade na Igreja (8, 30-33; 8, 36; 8, 57-58); humildade e desinteresse no serviço à Igreja (8, 41-44); amor à hierarquia (8, 53-57).

JESUS CRISTO: viver com Ele (6, 4-5); união com Ele (6, 10-12); colocá-lo no centro da vida dos jovens (7, 12-14; 7, 32).

LIBERDADE: no campo do ensino (5, 12); na atividade científica (5, 15); no Opus Dei (6, 19); sem discriminações (6, 65-66); como respeitar a dos demais, conjugando com a fidelidade ao depósito da fé (6, 67-69); e responsabilidade no serviço à Igreja (8, 36-38).

NATURALIDADE: viver como os demais, sem distinguir-se e sem segredos (6, 56-59); e sinceridade (6, 61).

OBRAS CORPORATIVAS: 5, 10; não são redutos defensivos (5, 11); com a colaboração das pessoas que não são da Obra (5, 17); manter a autonomia da direção (5, 18); não discriminar ninguém (5, 19); instrumentos de apostolado (5, 20); são uma atividade profissional e laical (5, 23-24); sustento econômico (5, 25).

OBRA DE SÃO RAFAEL: 7, 1-2; ao que tende a formação humana oferecida (7, 2-4; 7, 20; 7, 56-58); formação espiritual (7, 5; 7, 21-22; 7, 33); espírito de serviço (7, 6); importância da continuidade (7, 15; 7, 22; 7, 54-55); seus fins específicos (7, 16-18); sustento econômico (7, 26; 7, 59-62); meios tradicionais (7, 28-29); cursos (7, 34; 7, 36-37); participação em associações (7, 35); atenção sacerdotal (7, 38-39); catequese (7, 40); visitas aos pobres (7, 41-44); outras atividades (7, 45-50); com os mais jovens (7, 51-53); dificuldades (7, 66-69).

OPUS DEI: seu fim é sobrenatural (6, 27); características de seu governo (6, 27); seu desenvolvimento, com a ajuda de Deus (6, 31-35; 6, 76-77); características específicas da vocação (6, 37-39); diferenças em relação a associações e movimentos (6, 42); seu caminho jurídico (6, 46; 6, 73-75); chamada (7, 7-9); arraiga-se em cada país (7, 31); diferenças em relação ao apostolado dos religiosos (8, 33-34; 8, 58-60); dificuldades durante a Guerra Civil espanhola (8, 44-46); prudência para evitar a perseguição (8, 47); não ao segredo (8, 50-52).

POBREZA: como é praticada no Opus Dei (6, 28).

PRIMEIROS CRISTÃOS: 6, 21.

RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS: 5, 26-30; 7, 58-59; 7, 63-64.

SANTIDADE: no meio do mundo (6, 23-26).

SECULARIDADE: 6, 40-41; 8, 18-19; 8, 35; 8, 38-40.

TRABALHO: 5, 4; prestígio profissional (5, 14; 6, 49-50); colocar Cristo no cume das atividades humanas (6, 12); santificado e santificador (6, 13-14); meio para o apostolado (6, 35).

UNIDADE: favorecê-la com todos (6, 62-64).

VOCAÇÃO: para dar doutrina (5, 3); compromisso divino de amor (6, 10); alegria e gratidão a Deus por tê-la recebido (6, 28-30; 6, 78; 8, 61-63); transforma a vida das pessoas (6, 35-36).

GLOSSÁRIO

De alguns termos e expressões

utilizados por São Josemaria

(com referência aos números marginais)

Atividade laical e secular: refere-se à profissão docente de um membro do Opus Dei, que não ensina somente movido pelo desejo de realizar um apostolado eficacíssimo, mas porque deseja exercitar a sua profissão, dando glória a Deus. Como qualquer outro cristão, pode e deve santificar essa nobre atividade e tentar aproximar seus alunos de Deus, fornecendo uma visão e um critério cristãos acerca dos muitos aspectos filosóficos, históricos, éticos etc. que são objeto do seu ensinamento. Mas isso não impede que o trabalho profissional deva estar regido pelos seus próprios princípios humanos, independentemente do apostolado que com ele se realiza. Para Escrivá, a vocação profissional e a vocação para a santidade confluem na mesma pessoa, mas são diferentes. Aqui assinala uma diferença com aqueles que, com vocação para a vida consagrada, também se dedicam a esse trabalho. Para São Josemaria, o leigo do Opus Dei não está chamado a trabalhar no ensino como consequência da sua vocação para a santidade, mas pela sua própria vocação profissional. Não se trata de um mero apostolado, mas de um trabalho civil que obtém resultados apostólicos. Queria que as realidades seculares fossem elevadas a Deus sem deixar de ser o que são: trabalho laical de leigos responsáveis e, ao mesmo tempo, atentos à transcendência cristã da sua tarefa (5, 7).

Administração: conjunto de tarefas de cuidado e atenção à pessoa que dirigem as mulheres do Opus Dei, encaminhadas a conseguir um verdadeiro ambiente de lar cristão através desse trabalho profissional, que é também um caminho de santificação e de apostolado (5, 30; 7, 60).

alma sacerdotal: trata-se de um conceito essencial no pensamento de São Josemaria, para quem todo cristão pode e deve exercitar o sacerdócio comum dos fiéis em múltiplos aspectos da vida ordinária: oferecendo o trabalho a Deus, em união com a Eucaristia, e orientando a própria vida para o serviço e a salvação eterna dos demais, com o desejo de santificar todas as tarefas terrenas. Para evitar o perigo do clericalismo, unia-o inseparavelmente ao conceito de “mentalidade laical” (6, 11-14).

apostolado de não dar: expressão, aparentemente paradoxal, que São Josemaria usou ao menos a partir de 1931 e que aparece no n. 979 de Caminho. Para ele, significa ajudar quem se aproxima de Deus e das obras apostólicas a ter a atitude de “dar”, ou melhor, de “doar-se” a Deus, e não de “receber” um benefício material ou uma vantagem pessoal. Para estimular a generosidade para com Deus e ao mesmo tempo salvaguardar a retidão de intenção, Escrivá pensava que é próprio da condição humana “ter em pouco o que pouco custa” (Caminho, n. 979). Por isso aconselhava cobrar sempre algo, embora fosse muito pouco, dos que frequentam as múltiplas obras sociais que promove o Opus Dei entre pessoas carentes: desta forma, dizia, evita-se que se sintam humilhados e sem direitos, como quem recebe algo por caridade (7, 48; 8, 9).

Associações ou movimentos: o panorama atual dessas formas de vida cristã é variadíssimo e, em alguns casos, evoluiu bastante desde que Escrivá escreveu estas cartas. Em alguns dos atuais movimentos ocorrem – ao menos para alguma categoria de membros – as condições de dedicação plena, vínculo estável, formação profunda e rigorosa etc. que o fundador notava como diferença entre estas realidades e o Opus Dei. A diversidade da Obra consiste antes, talvez, na união inseparável entre labor profissional e apostolado, que é essencial ao carisma do Opus Dei (6, 42).

em Burjasot: São Josemaria se encontrava nesse lugar para pregar um retiro para estudantes. O episódio está narrado em Andrés Vázquez de Prada, O Fundador do Opus Dei, vol. II (6, 46).

(carta) escrevem a carta: a petição de admissão ao Opus Dei realiza-se por escrito, mediante uma carta redigida em tom simples e familiar, dirigida ao Prelado do Opus Dei (7, 27).

centros dirigidos pela Obra: o Opus Dei se responsabiliza pela orientação cristã das “obras corporativas”, e nesse sentido pode-se dizer, coloquialmente, que as dirige. Não controla necessariamente a sua gestão, mas inspira seus valores, vivificando cristãmente essas atividades, proporcionando uma garantia moral e uma assistência pastoral específica. Pode-se, pois, afirmar também que as dirige no plano espiritual (5, 13).

colaboradores: atualmente, denominam-se “cooperadores” àqueles que se beneficiam da formação cristã da obra de São Gabriel – sem serem membros do Opus Dei – e ajudam com a sua oração, com a sua esmola e, por vezes, com o seu trabalho os labores apostólicos que as pessoas do Opus Dei impulsionam com outras pessoas (5, 13; 5, 17; 5, 19; 5, 25; 5, 29; 7, 11; 7, 14; 7, 15; 7, 53).

(contrato) simples contrato: desde que o Opus Dei obteve, em 1982, sua configuração jurídica como prelazia pessoal, a incorporação temporal ou definitiva dos próprios fiéis se realiza por meio de uma declaração formal entre a pessoa interessada e um representante da prelazia, perante duas testemunhas, acerca dos recíprocos direitos e deveres. Embora tal declaração possa muito bem ser chamada “contrato” ou “convênio” (cf. Const. apost. Ut sit, 19 de março de 1983, norma III, AAS 75 [1983], pp. 423-425; CIC, c. 296), surge dela uma relação de comunhão entre o fiel e os demais membros do Opus Dei dotada de consequências jurídicas, mas sem alguns dos elementos que poderiam fazer deste um simples “vínculo contratual”. Quando São Josemaria escreve esta frase, está pensando por aproximação em algo que só muito tempo depois, em 1982, ficará delineado com precisão. À hora de formalizar o vínculo de cada fiel com a Obra, pensava numa fórmula desse estilo, a fim de distanciar-se da tradicional emissão de votos, mais própria da vida consagrada e mais devedora de uma praxe canônico-teológica que o Opus Dei desejava abandonar quando esta Carta foi concluída (6, 10).

(controle) o controle da direção: refere-se a que pessoas formadas no espírito da Obra – normalmente, os mesmos proprietários ou gestores da entidade em questão – devem poder garantir, com seu trabalho e influência, que tal instrumento não se afaste da finalidade profissional e apostólica para a qual foi criado, de acordo com os próprios estatutos, como é habitual em muitas organizações, católicas ou não (5, 18).

o senhor corregedor tampouco o entende: isto é, não o entende ninguém que tenha senso comum. O corregedor era um alto funcionário da Monarquia Hispânica com funções de governo, polícia, justiça etc. O episódio parece provir da vida estudantil de Salamanca, onde, em meados do século XVIII, morava um sapateiro gozador que, quando via um estudante passar diante da sua oficina, batia com força na sola enquanto gritava em altos brados: “Não o entendo!” A sua maçante atitude foi denunciada ao corregedor da cidade, que ordenou que comparecesse para interrogá-lo. O sapateiro perguntou por sua vez se, para saber, não seria necessário estudar e se para estudar não seria necessário o recolhimento. O corregedor deu-lhe a razão. Então o sapateiro ripostou dizendo que ele via os estudantes de Salamanca irem pela rua de passeio e de visitas a toda hora e que não sabia quando estudavam... Daí que os censurasse, dizendo: “Não o entendo!” O juiz respondeu: “Pois eu tampouco o entendo.” E, a partir daquele momento, quando o sapateiro surpreendia algum estudante passeando, gritava ainda mais desaforadamente: “Não o entendo! E o senhor corregedor tampouco o entende!” O episódio aparece relatado, entre outros lugares, no Album salmantino, semanario de ciencias, literatura, bellas artes e intereses materiales de 19 de fevereiro de 1854. O editor agradece esta informação a Constantino Ánchel (8, 29).

(diletantismo) como amadores: Escrivá sustenta que os leigos, pela sua vocação, estão chamados por Deus a se ocuparem das questões temporais com profissionalismo e competência. Pensava que aqueles que, levados por um complexo de superioridade clerical, invadem um campo que não é o seu correm o risco de demonstrar um deplorável diletantismo. Não ignorava o elevado trabalho acadêmico e científico que desempenham tantos religiosos e sacerdotes – alguns deles foram amigos seus e até filhos, no caso dos sacerdotes –, os quais, ao longo da história, conciliaram as suas tarefas eclesiásticas ou religiosas com a obtenção de altíssimos resultados científicos (8, 19).

(grupo) não fazemos grupo: isto é, o Opus Dei oferece uma atenção pastoral que tenciona vivificar o espírito cristão das pessoas, independentemente do âmbito em que vivem e das preferências, também religiosas e apostólicas, que tiverem. Daí que os que se beneficiam dessa ajuda não formem um grupo dentro da Igreja, embora se reforcem entre eles os laços de comunhão e fraternidade, pois a finalidade não é fazer crescer uma organização, mas que cada qual melhore a sua vida cristã para servir à Igreja onde Deus o chama (7, 35).

(leituras) orientar as suas leituras: no Catecismo da Igreja Católica lê-se que “o primeiro mandamento [do Decálogo] manda-nos alimentar e guardar com prudência e vigilância a nossa fé” (n. 2088). Daí que seja uma obrigação moral melhorar os nossos conhecimentos sobre a fé e evitar tudo quanto possa fazê-la perigar, pedindo conselho e informando-se adequadamente sobre as leituras e outras atividades (7, 36).

lutemos em nossa vida interior: para São Josemaria, a “luta ascética”, isto é, a melhora espiritual, está motivada pelo amor a Deus e ao próximo, e não por um mero desejo de autocontrole e aperfeiçoamento pessoal (5, 21; 6, 20).

mentalidade laical: expressão de significado muito rico em São Josemaria, que declara a sua rejeição ao clericalismo e, ao mesmo tempo, o seu amor ao mundo, que Deus entregou aos cristãos para que o santifiquem; não se deve confundi-la com a “mentalidade laicista”, própria de quem se opõe a que a religião tenha relevância pública (5, 4; 6, 53; 8, 38).

Normas: as “Normas de piedade”, as “Normas do plano de vida” ou, simplesmente, “as Normas” designam o conjunto de práticas de piedade que marcam a vida dos fiéis do Opus Dei (a Santa Missa, a oração mental, a recitação do Terço, a leitura espiritual etc.), ajudando-os a manter um contínuo diálogo com Deus no meio dos seus afazeres (7, 6; 7, 49; 7, 54).

obras de São Rafael e de São Gabriel: são labores específicos de evangelização e formação cristã que o Opus Dei desenvolve para a juventude (obra de São Rafael) ou para pessoas adultas (obra de São Gabriel). São independentes da formação cristã que se ministra nos colégios e costumam realizar-se em centros juvenis, casas de retiro etc., embora também por vezes – no caso dos pais – em instalações do próprio colégio, mas fora do horário escolar (5, 20).

não haverá opiniões: o parágrafo contém duas ideias que de início poderiam parecer contraditórias. Por um lado, afirma que não haverá opiniões “no fundamental”, isto é, no “breve denominador comum” que está constituído pela doutrina da Igreja e pelo espírito característico da Obra, incluindo o peculiar modo de exercitar o apostolado. Não cabe aqui, para o fundador, desagregação em grupos, correntes ou partidos que sigam uma interpretação própria desse substrato fundamental. Ao mesmo tempo, a diversidade de pareceres em questões opináveis parece-lhe louvável e desejável no Opus Dei (6, 27).

perfeição cristã: é um modo de denominar a busca da união com Cristo, a identificação com Ele, própria de qualquer estado de vida e, para São Josemaria, chave na aspiração à santidade cristã; não se deve confundir com o perfeccionismo, nem com a procura de uma excelência espiritual elitista e meramente humana, com as quais pouco tem a ver (5, 4; 6, 24.26.44; 7, 21; 8, 1).

proselitismo: em São Josemaria, não consiste numa mera captação de adeptos, como hoje vulgarmente se entende esta palavra, mas em ajudar na delicadíssima tarefa do discernimento vocacional, proporcionando luz, doutrina e bom exemplo. E, ao mesmo tempo, acompanhando esta ajuda com abundante oração e sacrifício, a fim de que as pessoas, se Deus as chamar, sejam capazes de responder afirmativamente ao grande dom da vocação divina e de seguir Jesus como discípulos. Como a obra de São Rafael tende a tornar todo jovem um seguidor de Jesus Cristo, uma pessoa identificada com a missão redentora do Senhor, um apóstolo no meio do mundo, independentemente de que considere ou não a sua possível vocação para o Opus Dei, ele diz que “com todos fazemos labor de proselitismo” (7, 18; 6, 72; 7, 8; 7, 9; 7, 25; 7, 55).

(religiosos) não convirá que trabalhemos com os religiosos: São Josemaria quer animar os leigos a que trabalhem também em ambientes educativos afastados de Deus, a fim de levar ali a luz do Evangelho, sem pretender refugiar-se em entornos oficialmente católicos para desempenhar o seu trabalho. Desejava que os colégios promovidos por pessoas do Opus Dei não aparecessem como oficialmente católicos ou confessionais, mas abertos a crentes ou não, embora seus valores estejam firmemente inspirados na doutrina de Cristo. Escrivá teve sempre carinho e fortes laços de comunhão com os religiosos, como o demonstram tantos testemunhos; todavia, não queria que os membros do Opus Dei fossem equiparados a eles, tornando assim mais difícil – se não impossível – o seu trabalho numa sociedade secularizada (5, 9; 5, 24).

(religiosos: atividades profissionais) constituem um impedimento que se deve abandonar: São Josemaria se refere àquelas atividades que, para os religiosos, estão canonicamente proibidas ou são incompatíveis com a sua vocação, ao passo que, para os fiéis da Obra, constituem – desde que sejam tarefas honestas – um válido campo de santificação (6, 22).

seletos: a “seleção” de que se fala é, no fundo, fruto da livre escolha dos jovens, que leva alguns a desejarem se comprometer com Deus a fim de se formarem cristãmente e levar uma vida como discípulos de Cristo, segundo a forma proposta pela obra de São Rafael. Esse interesse e essa correspondência pessoal os tornam seletos tal qual São Josemaria indica, a despeito de sua posição social, de sua capacidade etc.: “sem distinção de qualquer tipo”, especifica ele, sem elitismo (7, 2; 7, 21).

(sinceridade) selvagemente sinceros: a sinceridade “selvagem” é uma hipérbole muito frequente na pregação e nos escritos de São Josemaria. Refere-se à valentia de ser transparente e examinar-se a si próprio (6, 61).

vida de família: entre as pessoas do Opus Dei existem laços de fraternidade, semelhantes aos de uma família (6, 61).

Notas
47

Jl 3, 10.

48

1 Ts 1, 2.

49

1 Ts 1, 2-3.

Referências da Sagrada Escritura
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