34
O exemplo não se dá apenas com boas palavras, mas com obras. Aqueles que pretendem agir de outro modo merecem ouvir e devem meditar nesta passagem da Escritura: então Jesus falou ao povo e aos seus discípulos e disse-lhes: os escribas e fariseus sentaram-se na cátedra de Moisés; praticai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem; mas não os imiteis nas obras, porque dizem o que se deve fazer e não o fazem. Amarram cargas pesadas e as colocam nos ombros dos outros, mas nem sequer tentam movê-las com um dedo49.
Palavras e ações, fé e conduta, em unidade de vida, já o dissemos em outra ocasião. Agir de outra forma, fazer as coisas por vaidade, para ser visto, com espetáculo, mereceu estas palavras que saíram da boca de Cristo: omnia vero opera sua faciunt ut videantur ab hominibus50, fazem todas as coisas para serem vistos pelos homens.
Que adianta?, pergunta São Tiago em sua epístola católica, que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Porventura esse tipo de fé poderá salvá-lo? E acrescenta: assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras está morta51.
É melhor ser cristão sem o dizer do que dizê-lo sem o ser. Ensinar é uma coisa ótima, mas com a condição de que se pratique o que se ensina. Temos um único Mestre, aquele que falou e todas as coisas foram feitas; as próprias obras que Ele fez em silêncio são dignas do Pai. Quem compreende verdadeiramente a palavra de Jesus pode compreender também o seu silêncio; e então será perfeito, porque agirá de acordo com sua palavra e se manifestará através do seu silêncio52.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/120/ (06/06/2025)