36
Lembrai-vos daquela pergunta de São Pedro ao Senhor, depois que Jesus explicou a parábola do pai de família que guarda sua casa. São Pedro perguntou: Senhor, dizes esta parábola para nós ou, igualmente, para todos? O Senhor respondeu-lhe: quem pensas que é aquele administrador fiel e prudente, a quem seu amo constitui como mordomo de sua família, para distribuir a cada um no devido tempo a medida de trigo ou o alimento oportuno?56
Portanto, todos nós que formamos a Obra estamos obrigados a administrar aos que nos cercam o alimento da palavra de Deus, da doutrina de Deus. E, então, o que o Mestre disse também se dirige a nós, como uma promessa de prêmio: feliz é esse servo se seu amo, em seu retorno, o encontra cumprindo assim seu dever57. Esta administração da doutrina, com o exemplo, com a palavra, por escrito, por meio da amizade etc., este nosso ensinamento deve ser feito com discrição, para que aqueles que demoram a compreender não se afastem de Jesus.
Tende em mente o que São Mateus diz sobre Ele: et sine parabolis non loquebatur eis58, acomodava-se à mentalidade do ambiente. Eu disse que temos de nos acomodar ao ambiente, mas não nos adaptar ao ambiente, ao ambiente mundano: existe o perigo de se adaptar, por covardia, por comodismo ou — é triste — para satisfazer as paixões más. E assim nos juntamos ao grupo dos desanimados. Não! Este não é o caminho; que não se diga de nós: esses tais são do mundo e, por isso, falam a linguagem do mundo59; mas o que Jesus disse a seu Pai: assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo60.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/122/ (17/11/2025)