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Tenho-vos falado, minhas filhas e filhos, sobre a obrigação que nos urge — caritas Christi urget nos66 a ajudar Cristo Nosso Senhor em sua divina tarefa de Redentor de todas as almas, consumada quando Jesus morreu em vergonha e glória na Cruz — iudaeis quidem scandaloum, gentibus autem stultitiam67; escândalo para os judeus, loucura para os gentios — e que, pela vontade de Deus, continuará até que chegue a hora do Senhor.
Esta obrigação incumbe a todos os cristãos: e, por um título especialíssimo — a chamada que recebemos —, é onus et honor, carga e honra para os filhos de Deus em sua Obra. O Senhor pede-nos que o levemos, com nossa conduta exemplar e com um constante apostolado de dar doutrina, a todos os homens que cruzarem nosso caminho: um apostolado que haveis de fazer em e a partir do vosso próprio trabalho profissional, em vosso próprio estado.
Na ação apostólica, não devemos nos deixar levar por nenhuma acepção de pessoas, nem excluir nenhuma atividade humana, porque todas as ocupações honestas, todos os ofícios honrados, serão para nós motivos de santificação e meio eficaz de apostolado, que nos dará a oportunidade de atrair outras almas à busca sincera e generosa da santidade no meio do mundo.
Por isso tenho afirmado, e repito-vos, que deveis dar exemplo, sendo assim testemunhas de Jesus Cristo em todos os campos da atividade humana, aos quais levareis a boa semente que recebestes para serdes semeadores de Deus, sal que tempere as almas que ainda não provaram ou se esqueceram do sabor da mensagem evangélica, luz que ilumine os que jazem nas trevas do erro ou da ignorância.
Em todos os campos em que os homens trabalham — insisto —, também vós deveis estar presentes, com o maravilhoso espírito de serviço dos seguidores de Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir68: sem abandonar imprudentemente — seria um erro gravíssimo — a vida pública das nações, na qual atuareis como cidadãos comuns, que é o que sois, com liberdade pessoal e com responsabilidade pessoal.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/126/ (18/11/2025)