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Já vos falei longamente sobre este ponto da política, porque cabe a vós, meus filhos, afirmar o reinado de Jesus Cristo em todos os campos da atividade humana, em todas as tarefas temporais. Além disso, porque aqueles de vós que trabalharem livremente em assuntos públicos deverão levar muito em consideração os perigos da política.
Já aludi a estes riscos: falei-vos do perigo de que o exercício do poder possa chegar a deformar a consciência, do perigo de não respeitar a justa liberdade dos outros e do perigo de comprometer a Igreja ou a Obra. Mas há perigos ainda mais gerais: o da ambição, o das paixões — nacionalismo, partidarismo etc. —, o de perder a visão sobrenatural e esquecer a ação divina no mundo e nos corações.
As palavras da Sagrada Escritura caem aqui como uma luva: As coisas que Deus fez são boas a seu tempo. Ele pôs, além disso, no seu coração, a duração inteira, sem que ninguém possa compreender a obra divina de um extremo ao outro74; isto é, sem que o homem possa compreender a admirável sabedoria que brilha e brilhará nas obras do Criador, desde o princípio até o fim do mundo. Com discussões e rivalidades políticas, o homem esquece facilmente que é o Senhor quem faz, quem promove tudo o que é bom e quem nos libertou.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/143/ (15/10/2025)