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Mas Jesus Cristo não nos deu apenas o exemplo de santa transigência; Ele também nos deu o exemplo claríssimo da santa intransigência nas coisas de Deus. Porque Jesus não transige com o erro — aquelas terríveis repreensões aos fariseus! —, nem tolera que, na sua presença, o Criador seja ofendido impunemente. Contemplai a santa indignação de Cristo, diante do abuso dos mercadores no Templo: tendo entrado no templo, começou a expulsar os que ali vendiam, dizendo-lhes: está escrito: a minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de ladrões97.
Nós também não podemos tolerar que se ofenda a Deus onde estivermos, caso possamos evitá-lo; se necessário, usaremos também de uma santa coação, acompanhada de toda suavidade possível na forma e respeitando sempre a legítima liberdade das consciências. Noutras palavras, agiremos de forma que fique claro que não estamos defendendo interesses pessoais, mas que o fazemos apenas por amor a Deus — zelus domus tuae comedit me98, o zelo por tua Casa consome minhas entranhas — e por amor aos homens, os quais desejamos tirar do erro para evitar que condenem tolamente as suas almas.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/158/ (16/11/2025)