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Sejamos humildes, busquemos somente a glória de Deus: porque nossa vida de entrega, calada e oculta, deve ser uma constante manifestação de humildade. A humildade é o fundamento da nossa vida, meio e condição de eficácia. A soberba e a vaidade podem apresentar como algo atraente a vocação de lanterna de festa popular, que brilha e se movimenta, que é visível a todos, mas que, na verdade, dura apenas uma noite e morre sem deixar nada atrás de si.
Aspirai, antes, queimar-vos num canto, como aquelas lâmpadas que acompanham o Sacrário na penumbra de um oratório, eficazes aos olhos de Deus; e, sem ostentação, acompanhai também os homens —vossos amigos, vossos colegas, vossos parentes, vossos irmãos! — com o vosso exemplo, com a vossa doutrina, com o vosso trabalho e com a vossa serenidade e com a vossa alegria.
Vita vestra est abscondita cum Christo in Deo24; vivei voltados para Deus, não para os homens. Essa foi e sempre será a aspiração da Obra: viver sem a glória humana; e não vos esqueçais de que, num primeiro momento, eu teria gostado que a Obra não tivesse nome, para que a sua história fosse conhecida apenas por Deus: mas, como abominamos o segredo e queremos trabalhar sempre dentro dos limites da lei em cada país, não poderemos evitar o uso de um nome.
Essa também deve ser a aspiração de cada um de vós, meus filhos: passar despercebidos, imitar Cristo, que permaneceu oculto por trinta anos sendo simplesmente o filho do artesão25; imitar Maria que, sendo Mãe de Deus, gosta de se chamar sua escrava: ecce ancilla Domini26.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/20/ (02/01/2025)