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1. Vendo-os remar com grande fadiga, porque o vento lhes eracontrário, por volta da quarta vigília da noite — de madrugada —, ele veio ao encontro deles caminhando sobre o mar1. Comove-me, filhos queridíssimos, contemplar Jesus ao exercer o seu poder divino e realizar um milagre maravilhoso para ir ao encontro dos seus discípulos, que se cansam remando contra o vento a fim de levar a barca para onde o Senhor lhes indicou.
Nós também cumprimos um mandato imperativo de Cristo, navegando em mar agitado pelas paixões e erros humanos, sentindo às vezes toda a nossa fraqueza, mas firmemente determinados a conduzir ao seu destino esta barca da salvação que o Senhor nos confiou. Perante a força do vento contrário, em algumas ocasiões talvez se levante no fundo do coração a voz da nossa impotência humana: tem misericórdia de mim, ó Deus, porque me perseguem, combatem contra mim e me fazem sofrer constantemente. Meus inimigos me perseguem sem cessar; e são muitos, na verdade, os que me combatem2. Ele não nos abandona e, sempre que foi necessário, fez-se presente, com sua onipotência amorosa, para encher de paz e segurança os corações dos seus: Jesus então falou-lhes, dizendo: ânimo, sou eu, não temais. E Ele entrou na barca com eles, e o vento cessou3.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/24/ (15/11/2025)