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Alta é a meta para a qual Jesus nos chama: inatingível, até o final do caminho da vida. Sempre se pode tender a mais, e quem não avança, retrocede; aquele que não cresce, mingua. Aqueles que me comem, lê-se no Eclesiástico, ainda terão fome; e aqueles que me bebem ainda terão sede22.
Além disso, não podemos esquecer que trazemos dentro de nós um princípio de oposição, de resistência à graça: as feridas do pecado original, talvez pioradas por nossos pecados pessoais. Opor-se-ão à tua fome de santidade, meu filho, em primeiro lugar, a preguiça, que é a primeira frente em que tens de lutar; depois, a rebeldia, o não querer carregar sobre os ombros o jugo suave de Cristo, um desejo louco, não de santa liberdade, mas de libertinagem; a sensualidade e, sempre — mais disfarçadamente, com o passar dos anos —, a soberba; e, depois, toda uma fileira de más inclinações, porque nossas misérias nunca vêm sozinhas. Não queremos nos enganar: teremos misérias. Quando envelhecermos também: as mesmas más inclinações de quando tínhamos vinte anos. E a luta ascética será igualmente necessária, e teremos de pedir ao Senhor que nos dê humildade. É uma luta constante. Militia est vita hominis super terram23. Mas a paz está precisamente na guerra. A paz é consequência da vitória!
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/33/ (09/12/2024)