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Devemos procurar que todas as pessoas entendam que não se pode dividir os homens em duas categorias: os que trabalham e os que pensam que se rebaixam ao trabalhar. Porque hoje é evidente que o trabalho é um serviço que todos os cristãos estão obrigados a prestar, por amor a Deus e, por Ele, a toda a humanidade.
Aos que não querem entender, atrevo-me a dizer: qui parce seminat, parce et metet: et qui seminat in benedictionibus, de benedictionibus et metet10; quem semeia pouco, pouco colherá; e quem semeia a mãos cheias, a mãos cheias colherá. Com isto, acabo de vos dizer, com palavras do Apóstolo, que não basta trabalhar muito, mas que é preciso trabalhar com visão sobrenatural: caso contrário, não receberemos as bênçãos do céu.
Minhas filhas e filhos, quero contar-vos uma dor, uma grande dor: não me entendem. Há quatro anos venho dizendo a mesma coisa: e não entendem. É como se estivessem impermeabilizados. Parece que não lhes cabe, nem na cabeça nem no coração, tanto heroísmo cristão sem espetáculo. Mas a nossa generosidade, ainda que completa, é muito pouco se comparada com aquela generosidade infinita e amorosa do Deus-Homem, que se entrega ao sacrifício pela nossa salvação, dando até a última gota do seu sangue, até o último suspiro de sua vida. Por isso, nós também devemos procurar entregar-nos sem mesquinhez, atentos ao amor de Deus, embora não faltem as dificuldades.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-1/93/ (19/11/2025)