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Convictos como estamos da natureza sobrenatural da Obra de Deus, devemos conseguir que a forma jurídica responda plenamente ao espírito que estamos vivendo. Não podemos vestir um terno alheio; devemos vestir um terno feito sob medida, sem que essa necessidade suponha, de modo algum, desejo de singularizar-se: isto é condição indispensável para assegurar a nossa vida interior e para a nossa própria perseverança, bem como para a autêntica eficácia espiritual da Obra em serviço da Igreja.
Só assim poderemos corresponder generosamente e fielmente à vocação específica que recebemos; só deste modo será factível cumprir a tarefa que nos foi encomendada, com meios ascéticos e formas apostólicas que respondam plenamente aos fins próprios da nossa vocação. Portanto, digo a cada um de vós: caminante, no hay camino; se hace camino al andar117.
Desta forma, evitar-se-á também que, por medo, por pensar que viemos competir com outras instituições apostólicas que trabalham na Igreja, num temor totalmente infundado, existam – estamos padecendo-o – os que se sintam movidos a colocar obstáculos ao nosso labor, opondo-se à nossa liberdade de filhos de Deus e comprometendo a admirável unidade e variedade do apostolado da Igreja, riqueza multiforme do Espírito do Senhor.
Caminhante, não há caminho; faz-se caminho ao andar. Antonio Machado, Campos de Castilla, ed. de José Luis Cano, “Proverbios y cantares”, XXIX, ed. Cátedra, Madri, 1984.
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