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Permite o Senhor muitas vezes que, por trás das obras de Deus, vá a incompreensão e, até mesmo, a difamação e as perseguições, do mesmo modo como depois da luz vem a escuridão. São promovidas frequentemente por pessoas boas com muita cegueira, que não querem saber de nada que não seja a sua rotina, a sua comodidade ou o seu egoísmo e que na sua vida fogem de toda complicação.
E assim, até no ambiente eclesiástico, entre tantas pessoas santas ou – pelo menos – cumpridoras do dever, encontram-se muitas outras sem zelo, que são burocratas da Igreja de Deus e dão a impressão de que não se importam com as almas. Uns e outros não compreendem os termos espirituais: quando se fala com eles, parecem-lhes vazios, não tentaram vivê-los.
Certa vez pensei que, mesmo que seja pouca a preparação que tenham, deveriam aperceber-se do grave dever que deve instar-lhes a pedir informações, a escutar o acusado, a estudar a sua doutrina: a doutrina que o acusado propõe e os frutos que dá.
Calo e calarei, enquanto puder calar; mas sinto claramente que a defesa do espírito da Obra é a defesa da nossa amizade com Deus, que nos diz: ergo iam non estis hospites et advenae, sed estis cives sanctorum et domestici Dei57; já não sois estranhos e forasteiros, mas concidadãos dos santos e familiares de Deus.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/49/ (28/03/2025)