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Parte importante do trabalho que havemos de realizar está em conseguir que, em todos os ambientes do ensino, seja amada e praticada a liberdade retamente entendida. A liberdade das famílias, em primeiro lugar, para que possam escolher com retidão a escola ou os centros que julgarem mais convenientes para a educação dos seus filhos, porque a mesma natureza dos pais dá-lhes o direito de educar seus filhos, impondo-lhes ao mesmo tempo o dever de que a educação e os ensinamentos da infância correspondam com o fim para o qual o Céu lhes deu filhos. Corresponde aos pais, em consequência, tentar rejeitar, com todas as suas forças, qualquer atentado neste terreno e conseguir a qualquer custo que fique nas suas mãos educar cristãmente, como convém, os seus filhos23.

A liberdade dos centros: para que todos possam desenvolver sua atividade em igualdade de condições; para que possam escolher como desejarem o professorado mais apto, segundo o espírito de cada instituição, em benefício de um trabalho mais eficaz. A liberdade dos mestres e dos professores: para que possam exercer sua profissão com nobreza e competência, sem injustas pressões de um monopólio de privilegiados; para que possam estudar e buscar sinceramente a verdade, sem estar condicionados por motivos de situação econômica ou social.

E, estritamente unida a todas as demais liberdades, a liberdade dos alunos, o direito a que não se deforme a sua personalidade e não se anulem as suas aptidões, o direito a receberem uma formação sadia, sem que se abuse da sua docilidade natural para impor-lhes opiniões ou critérios humanos parciais. Uma atitude respeitosa, que deve ser observada em qualquer manifestação doutrinal e, com obrigação de justiça muito mais grave, no ensino ministrado à juventude, porque, em relação a ela, nenhum mestre público ou privado possui direito educativo absoluto, mas participado, e porque todo jovem cristão tem estrito direito a um ensinamento conforme a doutrina da Igreja24.

Finalmente, a liberdade estudantil universitária: para que possam reunir-se em grupos e associações onde possa amadurecer a sua formação humana, cultural e espiritual, que lhes permita uma participação responsável – sem puerilidades e sem serem instrumentos de desordem – na vida universitária.

Notas
23

Leão XIII, Enc. Sapientiae christianae, 10 de janeiro de 1890, em AAS 22 (1889-1890), p. 403.

24

Pio XI, Enc. Divini illius Magistri, p. 68.

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