7
Não quero me deter em comentar-vos as maravilhas da caridade sobrenatural e do carinho humano verdadeiro que com tanta delicadeza estais praticando desde o começo da Obra: não são poucas as almas que descobriram o Evangelho neste calor cristão do nosso lar, onde ninguém pode sentir-se só, onde ninguém pode padecer a amargura da indiferença.
Mas não deixarei de vos fazer presente com insistência que essa caridade de Cristo, que nos urge – caritas enim Christi urget nos32 –, pede-nos um amor grande, sem limitações, com obras de serviço33 a todos os homens: de qualquer nação, língua, religião ou raça – sem fazer distinção, dentro da ordem da caridade, de objetivos pessoais, temporais ou de partido, pois os nossos fins são exclusivamente sobrenaturais –, porque por todos morreu Jesus Cristo, a fim de que todos possam chegar a ser filhos de Deus e irmãos nossos.
Assim faremos ver que a Santa Igreja – trabalhando nós e ensinando aos demais a trabalhar fraternalmente, lealmente, lado a lado com todos os homens – é uma realidade viva, que vive especialmente pelos seus santos, os quais nunca faltam em alguma parte deste Corpo Místico.
Amor sincero a todos os homens – manifestação necessária do amor que temos a Deus34 – e amor também ao mundo em que habitamos, a todas as coisas nobres da terra, que são também objeto do amor de Deus35. Esquecei, pois, a vossa pequenez e a vossa miséria, filhas e filhos meus, e colocai os olhos neste caudaloso rio de águas vivas que é a Obra, a qual tenciona contribuir eficazmente para que a humanidade se encha de caridade, de alegria e de paz.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/38/ (15/11/2025)