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Dessa forma, o trabalho é para nós não só o meio natural de enfrentar as necessidades econômicas e de manter-nos em lógica e simples comunidade de vida com os demais homens, mas também – e sobretudo – o meio específico de santificação pessoal que o nosso Pai Deus nos assinalou e o grande instrumento apostólico santificador que Deus colocou em nossas mãos para conseguir que, em toda a criação, resplandeça a ordem querida por Ele.
O trabalho, que há de acompanhar a vida do homem sobre a terra52, é para nós ao mesmo tempo – e em grau máximo, porque às exigências naturais unem-se outras de ordem sobrenatural – o ponto de encontro da nossa vontade com a vontade salvífica do nosso Pai celestial.
Digo-vos mais uma vez, meus filhos: o Senhor nos chamou para que, permanecendo cada um no seu próprio estado de vida e no exercício da sua própria profissão ou ofício, todos nos santifiquemos no trabalho, santifiquemos o trabalho e santifiquemos com o trabalho. É assim que esse trabalho humano que realizamos pode, com farta razão, ser considerado opus Dei, operatio Dei, trabalho de Deus.
O Senhor dá um valor imenso ao trabalho da inteligência e das mãos dos homens, ao trabalho dos seus filhos. Agindo assim, face a Deus, por razões de amor e de serviço, com alma sacerdotal, toda ação do homem atinge um genuíno sentido sobrenatural, que mantém a nossa vida unida à fonte de todas as graças.
Não se trata – vede bem como isto está longe do chamado espírito clerical – de temporalizar a missão sobrenatural de Cristo e da sua Igreja: trata-se do contrário, de sobrenaturalizar a ação temporal do homem. Porque estamos plenamente convictos de que todo trabalho humano legítimo, mesmo que pareça humilde, pequeno e insignificante, pode ter sempre um sentido transcendente: uma razão de amor, algo que fale de Deus e a Deus leve.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/44/ (15/11/2025)