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Poder-se-ia afirmar, sem demasiado exagero, que o mundo vive da mentira: e há vinte séculos veio aos homens Jesus Cristo, o Verbo divino, que é a Verdade. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam... Era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus13.

É preciso que sejamos, em todos os ambientes, mensageiros dessa luz, dessa Verdade divina que salva.

O erro não só obscurece as inteligências, mas divide as vontades. Só quando os homens se acostumarem a dizer e a ouvir a verdade haverá compreensão e concórdia. É isso o que queremos: trabalhar pela Verdade sobrenatural da fé, servindo também lealmente a todas as parciais verdades humanas; encher de caridade e de luz todos os caminhos da terra: com constância, com competência, sem desmaios nem omissões, aproveitando todas as oportunidades e todos os meios lícitos para dar a doutrina de Jesus Cristo, precisamente no exercício da profissão de cada um.

Se isto vale para todos – o nosso apostolado se reduz a uma catequese –, vale – com maior razão ainda – para os que se dedicam ao ensino: por isso é grande e formosa a tarefa docente, se souberem exercitá-la com o oportuno preparo científico e com um vibrante espírito apostólico, porque o estudo ordena-se à ciência, e a ciência sem caridade infla, pelo que provoca dissensões. Entre os soberbos – está escrito – sempre há disputas. Mas a ciência acompanhada de caridade edifica e gera a concórdia14.

Notas
13

Jo 1, 4-5.9-12.

14

São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, II-II, q. 188, a. 5 ad 2.

Referências da Sagrada Escritura
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