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Com essa cegueira ou com esse comodismo, não podem compreender que a liberdade – a liberdade pessoal – seja um ponto principalíssimo do espírito da Obra de Deus: não podem compreender que a maior parte das vezes utilizemos o eu, fazendo-nos responsáveis dos nossos atos, e que rara vez podemos dizer nós, pois os demais irmãos nossos – os demais membros do Opus Dei, direi melhor – não têm a obrigação de seguir o critério determinado que tenha um membro do Opus Dei nas coisas temporais, nem nas teológicas que a Igreja deixe à discussão dos homens. É um consolo ler no Santo Evangelho aquele neque enim fratres credebant in eum58, ninguém acreditava em Jesus Cristo.
Há outras pessoas que, querendo fazer-nos pesar a experiência de seus anos velhos, olham para nós com preconceito. Eu, pelo contrário, penso – e vós comigo – que o velho e o novo podem estar cheios de vitalidade: a criança, o jovem, o homem que entrou na maturidade ou na velhice, podem estar sadios, igualmente sadios, de corpo e de alma. E a idade leva-os a dar-nos conselhos – que não pedimos – com o preconceito e a prudência do velho, quando o que precisamos é de orações, compreensão e carinho.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/50/ (15/11/2025)