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19Ensinar – vo-lo repito – é uma profissão, uma atividade laical e secular. O que devemos fazer é, portanto, algo muito diferente do louvável trabalho que realizaram e realizam, faz séculos, Ordens e Congregações religiosas – incluídas as que nasceram com o fim específico de exercer o apostolado no campo do ensino –, porque a sua é uma tarefa eclesiástica, ainda que, em muitos casos, se dirija às ciências profanas. Os religiosos entregam-se principalmente ao estudo da doutrina ordenada à piedade, afirma o Doutor Angélico. Os demais estudos não são próprios dos religiosos, cuja vida se ordena aos divinos ministérios, senão enquanto se relacionam com a teologia20.
Estes religiosos, com a sua atividade docente, não pretendem nunca exercer uma profissão, nem têm propriamente – no ensino – uma função a cumprir na ordem civil. Se tantas vezes o fizeram para além do que exigiria a sua vocação religiosa – com muito fruto para a Igreja e para a mesma sociedade civil –, foi geralmente a fim de preencher um vazio quase total. Como na Idade Média, ou no intuito de opor um dique à descristianização da cultura, como na Idade Moderna e até mesmo nos nossos tempos. Isto é, tiveram de substituir de alguma forma a ausência de fiéis cristãos que se ocupassem profissionalmente, com competência e boa formação religiosa, desse aspecto tão delicado e transcendental da vida da sociedade: e assim realizam não uma profissão – um trabalho – civil, mas um meritório apostolado religioso.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/7/ (15/11/2025)