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Se são superficiais e estão acostumados a desvirtuar, com leviandade e desconsideração, o legítimo sentido que, em determinadas vocações específicas, podem ter elementos respeitáveis, mas não essenciais para a verdadeira procura da perfeição cristã – cores e formas de hábito, cerimônias longas e solenes, cordões, cintos, crucifixos atravessados sobre o peito, medalhas à vista etc.: signos nos quais se manifesta, com alguma frequência, um certo classismo, lamentado pela Igreja em mais de uma ocasião –, dando-lhes importância capital, essas pessoas, digo, sentir-se-ão movidas a duvidar da presença de um verdadeiro caminho de santidade se percebem a falta absoluta desses elementos tradicionais.
E no nosso caso, meus filhos, faltam todos; nem sequer existe, nem pode existir, uma sigla para o nome da Obra, simplesmente porque não temos nada a ver com o estado religioso: somos cidadãos comuns, iguais aos demais cidadãos.
Se ignoram o que significa a dedicação completa a um trabalho profissional sério, à ciência profana, estarão muito longe de poder avaliar o alcance e a envergadura do trabalho apostólico que Deus pede aos membros da Obra e o modo como o realizam.
Se estão habituados a se servirem da Igreja para seus fins de vaidade pessoal, a mandar sem freio, a atropelar, a querer intrometer-se em tudo, por princípio serão inimigos de qualquer tarefa em que se limitem com justiça seus desejos de dominar, porque considerarão que se atenta contra a sua autoridade e talvez, também, contra seus interesses econômicos.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-br/cartas-2/75/ (20/11/2025)